Quarta-feira, 9 de Agosto de 2006
...E guerrear-se-à continuamente. Faz parte da natureza humana. O «sentido de posse», a ganância, o egoísmo e a «inveja» - envenenam o homem. Esmagam-lhe o coração. Homem que, não quer ver, não quer pura e simplesmente enxergar a verdade da sua insignificância. Hoje poderá ser rei - amanhã inexorávelmente «pó».
Vem isto a propósito das guerras, das lutas intermináveis do que é «Meu»... ou «Teu». Passa-se em todo o mundo.
Começou assim, nos primórdios, com Caim e Abel. Nada a fazer.
Hoje, numa pequena praia inundada de verão e de um pacífico azul, quatro crianças (irmãos) bulhavam entre si. Tinham entre os 4 e os 7 anos. Uma delas, um rapazinho dos seus seis anos, estava positivamente furioso com a irmã que queria a sua pá. Nada de transcendente entre miúdos. Mas a «raiva» e a «imposição» impressionavam. Gritava de dedo no ar e pá em punho: - it´s Mine!... It´s Mine.. Do you hear me...?
Este «Meu» é o gerador de todas as contendas: Meu!...Teu!...
É aqui que tudo começa, levando tantas vezes ao ódio que pude observar repentinamente nos olhos daquele pequeno inglês.
É assim que a guerra se inflama. Irmão contra irmão. E vai crescendo dentro de nós. Às vezes, à conta de um pobre balde de plástico, ou, de uma pá, apenas, num pedaço de areal súbitamente transformado em «Deserto» de vida.