Quinta-feira, 27 de Abril de 2006
Já nos estamos nas tintas para tanta impunidade.
Já não reagimos. Nem pestanejamos! Dá muito trabalho. Um trabalhão!
O caso das funerárias ficou em àguas de bacalhau por falta de provas.
O mesmo se vai passar com o processo Casa Pia.
Ou, com a Ponte de Entre-Os-Rios...
Tudo prescreve, tudo se descupabiliza, tudo se atira para as costas de uns quantos bodes expiatórios.
No caso da Ponte, onde estão os tubarões, os grandes, os políticos, os areeiros??...
Silêncio absoluto.
Conheço uma pessoa que perdeu três familiares: uma irmã, um cunhado e um sobrinho... todos desaparecidos. Chegam indeminizações?
Quantas mais pontes à espera que desabem?
Quantas mais vidas?
Quantos mais lavar-de-mãos?
Quantos...?
Domingo, 23 de Abril de 2006
Há tantos feridos de guerra na Vida. Gravemente feridos: os alcoólicos, os toxicodependentes, os depressivos, os anoréxicos, os obesos, os carentes, os agarrados às camas de hospitais, os presos injustiçados, os violados, os viciados, os desamados, os ignorados, os não ouvidos, os silenciados - os castrados: na Arte, nas profissões, no zelo. Castrados na Liberdade. Castrados...
Feridos. Gravemente feridos. Vagabundos perdidos esfaimados de Amor.
Sexta-feira, 14 de Abril de 2006
São estes os deputados a quem pagamos, que picaram o ponto... e partiram à socapa de férias?...
São estes os deputados que ganham, em meia dúzia de anos, chorudas reformas?...
São estes os deputados que, todos os dias, nos impingem ideias e nos pregam de «cátedra» lições de moral?...
São estes os deputados que penhoram carros.... enquanto se pavoneiam com os nossos magrérrimos ordenados?
São estes os deputados que esmifram no IRS as parcas reformas dos idosos?...
É caso para se dizer: Que grande Páscoa!... Sacrifícios... só os alheios!...
Não fiquemos calados!
E Sócrates, sempre tão «recta-pronúncias», tão categórico, o que diz a este escândalo?... Mantêm-se silencioso?... E Cavaco, sempre fala?...
Não chega reduzir um dia de ordenado aos srs. deputados. Não chega! Isso é perfeitamente caricato e não repôe de forma alguma a credibilidade e responsabilidade exigidas a esses senhores.
Afinal que raio de democracia é esta?... Que serve a uns... e sacrifica outros? Mais parece escravatura!
Quarta-feira, 12 de Abril de 2006
A lei da adopção em Portugal é tão complexa, tão burocrática, tão exasperante que desmoraliza os mais aguerridos. E não se percebe bem porquê, ainda para mais com as desgraças que vemos por aí: crianças abandonadas, vendidas, espancadas e mortas das formas mais ignóbeis. Então que haja convénios e que se possa adoptar lá fora, noutros países, já que isto aqui é a morte lenta. Morte - dos que anseiam por ser pais, agonia, de centenas de crianças amontoadas em instituições.
Bom será lembrar que há muitas crianças com 5, 8,10 anos, que sonham ter pais. Será pedir muito??... Foi exactamente por isso que se propôs o «prolongar» da idade dos adoptantes para os 59 anos, desde que, é claro, se adoptem crianças com a «devida» diferença de idades estipulada.
É bom... é saudável. É um estímulo e uma nova razão de viver.
Quarta-feira, 5 de Abril de 2006
A conceituada PJ está à mingua sem cheta, sem gasosa para pôr nos depósitos...e sem bate-chapas! E ainda é forçada a entrar em «guerra de capelinhas» e a ficar às ordens de não sei quem...e de quem convém! Cheira a esturro, e acho que sei o porquê. Mas, cala-te boca!, que isto de democracia é mentira e censura sem rosto é dinamite, nunca sabe onde se pisa!
Não bastasse esta pobreza franciscana, chegam os ambientalistas e pôem o país a matutar... e a discernir sobre uma pertinente questão.
Construir uma estrada lá para os lados do Vimioso? Não! Ia espantar os ratos, do campo, ibéricos(!), os cabreras, em vias de extinção.
Sim, que os ratos também são lusos!, e seria uma falta de ética, uma desonrra... irem «parir» alegramente a Espanha!!
Recordando as últimas polémicas na maternidade de Elvas, é caso para cantarolar: Ó Elvas!...Ó Elvas!...Badajoz à vista
Amigos, isto não está fácil! Não consigo publicar...
Domingo, 2 de Abril de 2006
Frases que marcam:
«sinto-me jovem apesar de todos os anos que carrego comigo»
João Paulo II, numa visita a uma igreja italiana, com 76 anos, em 1996
«Lembro-me de que, nas primeiras vezes, os doentes me intimidavam. É preciso uma boa dose de coragem para nos apresentarmos diante de um enfermo que sofre e entrarmos, por assim dizer, na sua dor física e espiritual, sem nos deixarmos condicionar pela aversão e sermos capazes de lhe mostrar ao menos um pouco de compaixão amorosa»
João Paulo II, livro autobiográfico Levantai-vos! Vamos!, publicado em 2004
«Não se pode voltar as costas à verdade, parar de a anunciar, escondê-la, mesmo se se trata de uma verdade díficil, cuja revelação traz consigo uma grande dor»
João Paulo II, Itália, em 1996
«O que me fizeram?»
Depois de ter sido sujeito a uma traqueostomia, em 2005.
Termino dizendo:
Ao grande atleta foi-lhe pedido a saúde, a fragilidade; ao caminhante incansável o andar; ao grande comunicador, a sua voz. Tudo lhe foi pedido. E ele disse Sim, porque a sua Fé assim lho ditava.
Um homem imenso. Um exemplo notável de pacificação e Amor.
Faz hoje, precisamente, um ano que partiu um grande homem. Chamava-se Karol...Wojtyla. Ou, João Paulo II, como quiserem.
Achou que viver - só de braços abertos a Abraçar o mundo.
Fica a reflexão:
Privado de amor, o homem é vítima de uma espiral insidiosa que o arranca cada vez mais
ao horizonte da fraternidade, arrastando cada um a deixar de procurar um critério de julgamento que não seja o seu eu ou no seu prazer.
A falta de amor leva a ceder à indiferença e ao cepticismo.(...)
João Paulo II, Reflexões para o Ano 2000