A Padeira de Aljubarrota

A considerar: (não é fácil de ingerir...mas é inteligente,convenhamos!)


Não posso ser optimista e distingo-me dos pessimistas unicamente porque o mal, a estupidez e a loucura não me deixam fora de mim, pela simples razão de que os aceitei antecipadamente como pertencendo à estrutura do mundo.

Freud

A considerar:


Não posso ser optimista e distingo-me dos pessimistas unicamente porque o mal, a estupidez e a loucura não me deixam fora de mim, pela simples razão que os aceitei antecipadamente como pertencendo à estrutura do mundo.

Freud

Passo das frescas anémonas à chuvinha. Abençoadissima: eu agradeço e as plantas também.

Decido ir às Finanças: ideia nefasta. Estão apenas 3 pessoas, e são atendidas por senha. A lentidão, para variar, é desesperante, e propositada.
Chega a minha vez.

Como estou fora em Setembro, e disseram-me que podia antecipar esse pagamento, fui efectuá-lo a muito custo, confesso.
O homem ao balcão, de uns 40 e tal anos, mostrava um enfado que enjoava. Resolvi ultrapassar-me, fazer um esforço, sorrir... e dar-lhe os bons dias: - moita carrasco!
Disse ao que vinha.
Resposta: - que não podia antecipar o pagamento, e que tinha de pedir uma via num outro andar. Estão a imaginar!
Mantive a calma, mas secamente apontei para uma senhora, de aspecto mais civilizado que, na altura se encontrava ao telefone, e que anteriormente me tinha dado essa instrução.
O homem levantou-se arrastando-se, chegou ao pé dela, de mãos nas ancas, tipo varina, a pedir contas. Ela confirmou a hipótese.
Um senhor ao meu lado piscou-me o olho, e comentou: - até para pagar (antecipadamente) há dificuldades!
O homem voltou ao computador, sem saber bem o que fazer. Até que a senhora lá desligou o telefone com a «amiga», e veio em meu socorro. Abriram o computador e lá engendraram o pagamento.
Sei que haverá funcionários públicos... e funcionários. Mas eu cá sou como a Ana Bola, sinto-me mentecapta nesses locais, e antes de lá entrar devia tomar um lexotan.
As repartições são um Limbo, cinzento...a caminho do Inferno. Muito pior: porque no Inferno, como diz o outro - ainda há gente conhecida para apertar a mão!

Estamos em tempo de férias...ou não. Depende do tipo de trabalho de cada qual. Mas o verão e o calor, convidam a sair e afastarmo-nos indubitavelmente do computador, desta máquina que fascina mas da qual emana um calor terrífico.
Depois há sítios em Portugal, onde estar na net é uma praga! Uma morte lenta! Tenha- se o «sapo xpto, a placa 3 G etc e tal, enfim!... nada resulta e demora séculos a «postar» um comentário. Ora mártires não somos!
Eu estarei presente durante o verão sempre que possível, se a srª dª Net mo permitir... mas obviamente com menos assiduidade.
Haverá, no entanto, sempre um bocadinho para os que me acompanharam ao longo do ano e que venham aqui picar!
Noto (e preocupa-me) que há bloguistas que só escrevem durante a semana. E fico a pensar se será também durante o emprego?... Espero bem que não.

Mas voltando às férias:

O mar, um bom livro, uma bebida fresca, os verdes, as noites estreladas...não são assim tão caros. São quase gratuitos.


Aqui deixo pois e desde já uma pequena menssagem... a cheirar a sal:


Mostrai-me as anémonas, as medusas e os corais
Do fundo do mar.
Eu nasci há um instante.


in Mar
Sophia de Mello Breyner Andresen

Apenas umas palavrinhas para não repisar o que já foi dito.
Gostei do Mundial. Emocionei-me e Portugal Emocionou-se. Scolari, digam o que disserem, tem 'Carisma e espírito de União'. O país bem precisava de um primeiro-ministro que nos dissesse as Verdades e nos motivasse.
Bandeiras às janelas? Saloiada?... kitsch, talvez... - Mas passa menssagem e energia positivas.E cor! Refresca-nos a memória, relembra quem fomos, pois andamos deveras esquecidos. Ou difícilmente acreditamos.
Foi preciso o Mundial para arribarmos...e Acreditarmos.
Scolari conseguiu esse feito. Se não pôs Nuno Gomes a jogar no dia dos anos (se...se ...se... (sempre os eternos «ses»), não sei!... Agora, interessa olhar em frente.
Doeu não termos ido mais longe? Doeu. A nós e a muitos outros. Doeu a atitude ambígua e duvidosa do árbitro Mexicano, que matou logo o jogo aos 30 m? Doeu. Doeu saber mais uma vez que somos sós, e apenas por nós? Doeu.
Deu que pensar que, naquele malfadado jogo com a França (em que os franceses se plantaram positivamente, os onze, à frente da sua baliza) - a Fifa escolheu como representantes: três franceses(?) e um Inglês?... Deu!
Enfim, porque somos pequenos, com pouquíssimas posses (mal fazemos um bom jogador... lá se vai ele) e sem hipóteses algumas de adquirir grandes craques; por tudo isso, pela Vontade enormérrima que demonstrámos, mereciamos a taça.
O presidente da Fifa também elogiou-nos largamente, dizendo que com um pequeno esforço na segunda parte do jogo com a França, teriamos ido à final. E ganho. Palavras...
Ontem, foi a vez da Itália cantar Glória. Fiquei contente...Até comi pasta!...
Depois, retirei a bandeira da janela (sim: sou kitsch...ou saloia), ficou pregada na alma... às vezes, um pouco esquecida... ou descolorida pelo desânimo.
Valeu a pena!... Já sei que os políticos se aproveitaram desta anestesia geral. Eu sei. Mas... Valeu a perna!
E quanto ao Scolari...Fica!
Custa-me a entender a animosidade de certos intelectuais. Sousa Tavares, esse até se compreende... é do Porto! Carago!... Mas não será Português?...
Outros ainda, apelidam-no de arrogante e enfatuado (?)... e até o Barnabé, que eu pico e aprecio, compara-o ao Saramago!
Saramago? Cruzes, isso é praga!... Scolari, um homem simpático e bonacheirão comparado a um homem carcomido como aquele...Maldição!
Acham que os Portugueses gritariam por Saramago...Fica??

O homem mais rico do mundo, empenhou a sua fortuna, biliões, na criação de uma Fundação. Pelos créditos e provas dadas por este senhor, esta vai funcionar, não tenho dúvidas. Digo isto, porque a maioria das Fundações funcionam mal. Mais: deixa o seu negócio para se dedicar aos desfavorecidos. Ele e a mulher. É de louvar!
Agora, o segundo homem mais rico do mundo lega, aos setenta e poucos anos, 80% da sua fortuna em vida (quantos o fariam?...) para colaborar com o seu amigo Gates.
É bom que isto se saiba, alto e bom som, porque, infelizmente, só o Mal, o escândalo e a podridão parece ser noticia. E vende, às catadupas!

Caramba, custou mas foi!...
Viiiiiva Portugal!!! Viva a equipa!... Viva Scolari!... E viva Ricardo! Que Grandes defesas!!!
Mal terminou o jogo, o grito, às janelas, foi uníssono: Vitória! Portugal! Portugal!...
A rua que estava deserta, está agora cheia de juventude e de carros acenando bandeiras, no buzinão.
Terceiro mundismo? Não! A nossa vida vai melhorar? Não! Comemos do futebol? Não!
Mas sentimo-nos vivos. Acreditamos que ainda somos capazes de grandes feitos, quase como outrora.
Num país depauperado pela crise, «a auto-estima», venha ela de onde vier, é muito bem-vinda! Mais: É motor vivificante! Força motriz!
Parabéns, mais uma vez, Portugal!... Agora também eu vou para a rua...E, logo à noitinha, vou desopilar...e festejar nos copos...de laranjada!