A Padeira de Aljubarrota

Deitei fora o Expresso da semana passada (é pena, pois queria citá-lo, word by word ) onde vinha um artigo de Sousa Tavares a 'desancar'  Diana de Gales.

Diana não era uma santa. Era de carne e osso como todos nós. Tinha tudo para agradar, e muito mais, a um  príncipe feito 'sapo' como Carlos.

Talvez, sim, às vezes, fosse  um pouco sonsa. Talvez.. Fazia aqueles olhinhos mansos, sub-reptícios...  e pestanejava dengosamente . Mas a realidade é que deve ter mesmo passado as passinhas do inferno... lá isso, no doubt!

Aturar a empedernida rainha, marido e compª Ldª nbsp;, era seu dever, eu sei. Mas como é possível não compreender os amantes de Diana?

Uma Jovem bonita e cheia de sonhos, que casa com um príncipe , tal e qual como nos contos de fada...e leva desde logo consigo,  no dote,  na noite de núpcias... a bruxa má.... É obra!

Desde o primeiro dia do seu casamento - ela já transporta, essa 'cruz insustentável'.


Como pode Sousa Tavares acusá-la... de ter amantes?... Não saberá ele, que o desafecto, a humilhação... e tantas vezes a carência, são factores verdadeiramente insuportáveis que atiram inevitavelmente para a infidelidade, na busca de um hipotético amor ou preenchimento de carinho?

Defende ainda que, Carlos, ao menos ele, traiu por Amor... e foi fiel a uma única mulher.

Poderá ter sido fiel e continuar a sê-lo. Mas não chega. Não o desculpa. Carlos sempre foi 'um banana' às ordens dos pais - e nem sequer teve a coragem de 'renunciar', renunciar, sim - por Amor, como já aconteceu anteriormente na sua familia.

Diana morreu.

 
E a Família Real, e Carlos, não escapam a essa morte trágica - indirectamente por eles provocada.

Quando Diana morreu, foi um choque para todos nós. Porque fazia parte do nosso imaginário, porque era bonita e elegante. O que quiserem . Mas também, porque muita mulher do povo, e não só, com ela se identificava e  revia nesse vazio.

Era exactamente por isso que ela se dava sem limites. Dava-se, mas recebia o afecto de muitos e de todos: o afecto que sempre lhe foi negado.

A Imprensa é outra história. Ajudou também à loucura e desvario. Mas tivesse ela tido verdadeiro 'Amor' e ainda hoje por certo estaria viva e ao lado dos filhos.

Filhos que, agora, desafortunados e para não hostilizarem o pai, têm  de sorrir e olhar de frente e todos os dias, a causa da fatalidade de suas vidas: - a bruxa da Cornualha.

O nome ajusta-se.